Da Europa à Ilhabela, uma história de trabalho, talento e sucesso. Primeiro foi uma moto nos anos 90. Em 2000, uma casa. Cinco anos mais tarde, um hotel. E até agora, um empreendimento que vai definitivamente incluir o litoral brasileiro no circuito mundial da hotelaria de luxo.Por trás de tudo, o amor pela família, o encantamento por Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, e uma determinação típica de quem sabe o que quer e traz no DNA a força incansável para o trabalho, a garra, o dom, a criatividade, o talento, a sensibilidade, a honestidade, a seriedade, ou seja, lá o nome que se dê ao conjunto de competências que resultam em sucesso.Tudo começou com uma viagem de férias e um sonho de menino nos anos 60. Era sempre assim. Nas férias, o pai, um empreiteiro de Hannover, na Alemanha, pegava a família e partia para destinos onde o luxo fosse parte do roteiro. Florença Toscana, Mônaco, Saint-Tropez, e onde mais soprasse a brisa do Mar Mediterrâneo, lá estavam eles. Naquele ano, a bordo de um DKW, Wolfgang Ingo Napirei, então com nove anos, traçou seu destino. Com um olho num barco de inúmeros pés e outro num Aston Martin, falou para si mesmo: é isso o que eu quero ter e é essa vida que eu quero levar.O pequeno Wolfgang sabia que seu sonho exigiria trabalho e dedicação. Começou cedo a aproveitar todas as oportunidades. Nos fins de semana e nas férias, ajudava o pai. Acompanhava obras luxuosas e vivia no meio de projetos sofisticados. Apurou o olhar e viu o negócio da família prosperar.Aos 18 anos, Wolfgang entrou para o Serviço Militar. Foi quase dois anos de serviços prestados a Alemanha. O interesse pelo novo falou mais alto e, em 1975, o jovem Wolfgang foi desvendar mainframes e os segredos da programação de computadores.Durou pouco. Naquele mesmo ano, por conta de um acidente que deixou seu pai com sério problema de saúde, Wolfgang se voltou para o negócio da família. Começava a se desenhar o sonho de menino. À frente da empreiteira, seu primeiro contrato foi para a construção de onze escolas na Arábia Saudita, negócio que lhe rendeu meses de muito trabalho longe da terra Natal e um bom saldo bancário.Era 1978. Com dinheiro na mão, Wolfgang abriu uma loja de móveis de luxo e antiguidades em uma região sofisticada de Hannover. Ele viajava pela Europa de caminhão em busca de móveis diferenciados e antiguidades. Logo fez nome. Vendia peças e projetos personalizados. O talento para os negócios, o dom natural para identificar o que é belo, a habilidade em circular no mundo glamoroso das artes, arquitetura e decoração, uma cabeça fértil para criar e invejável para fazer cálculos, transformaram a loja em um grande sucesso. Havia uma equipe de arquitetos e construtores, mas eram as ideias e opiniões de Wolfgang que a exigente e endinheirada clientela queria. Cansado, ele vendeu o negócio no auge. Mas não saiu do ramo. Só mudou o formato: em 1982, Wolfgang abriu uma mega loja de móveis e antiguidades, dessas que tem tudo para todos os ambientes da casa.A mudança de fato aconteceu quatro anos depois, com a venda dessa grande loja e a entrada na área de turismo. Como os negócios anteriores, esse também era inovador. Hoje, é comum que as operadoras de turismo tratar diretamente com seus clientes, mas há trinta anos o modelo de venda direta ao consumidor era absolutamente novo. Wolfgang foi fundador do Car Share Rental System, uma novidade mundial naquela época. Wolfgang trabalhava 20 horas por dia e no ápice do negócio chegou a locar 43 aviões para atender a demanda. O preço do pioneirismo, no entanto, não tardou a ser cobrado. A competição com gigantes da aviação, de Rent-a-car e do turismo exigia investimentos cada vez mais altos e, em 1993, sob pressão do mercado, Wolfgang se desfez do negócio. Vende tudo quase sem retorno financeiro em função desta pressão de mercado.Foi a primeira vez que o empreendedor disse a si mesmo: “Wolfgang você não conseguiu o que realmente quer”. Foi à hora também em que colocou na mesa o que sabia fazer bem e o que poderia criar para obter o máximo de sucesso comercial usando seu talento.Leu, estudou, pesquisou, analisou possibilidades de mercado e, no ano de 1994 iniciou raízes da Medicom Pharma AG, hoje Medicom Pharma GMBH, na Alemanha, quando no ano de 1996 fundou a referida empresa, de suplementos alimentares e remédios naturais e um dos primeiros produtos com a fórmula Q10 – e que começou com um produto e se tornou uma das maiores do setor na Europa, com 50 itens diferentes. Novo acerto.Inovando em 1996: Abriu a Medicom, desenvolveu multivitaminas, inseriu Q10 no mercado, vendeu online, tornou-se top 10 na Alemanha. Vendeu a Medicom AG, antes da crise europeia.Wolfgang vendeu essa empresa em 2008, antes do início da crise mundial. Desfez-se também da DPNY Communications, agência de comunicação e marketing que mantinha em Palma de Mallorca, na Espanha, desde 1996. Desta empreita, trouxe a marca DPNY consigo, explicando que as iniciais são de cidades especiais para ele: D, Dusseldorf, P. Palma de Maiorca e NY de Nova York. Ele não revela valores. Admirando o mar de Ilhabela, só diz que foi um bom negócio e prefere falar do hotel DPNY BEACH, que começou com uma moto nos anos 90, depois uma casa em 2000.Do castelo de areia banhado pelo mar Mediterrâneo ao hotel de luxo em Ilhabela.É um caso de amor. Amor à família, aos seus ideais, à Ilhabela e às causas sociais. O acaso ajudou. Mas não por acaso Wolfgang escolheu Ilhabela para criar seus filhos. De novo a história começa numa viagem de férias, em 1998. Era a segunda visita de Wolfgang ao Brasil. A primeira tinha sido em 1997, um ano depois de conhecer, na Espanha, a brasileira de Pindamonhangaba com quem se casou e hoje tem dois filhos. Wolfgang também tem uma filha e uma neta do primeiro casamento, na Alemanha.Para conhecer melhor a ilha, onde a esposa havia alugado uma casa de temporada, Wolfgang comprou uma moto. Em um dos passeios, achou uma casa à venda. Cravada na areia da praia do Curral, bem de frente para o mar que já o havia seduzido. Pensou na alegria que seria para a mulher, brasileira, passar as férias em seu país. Adiou a viagem de volta, fechou o negócio e voltou para a Europa com a família. Na bagagem, o projeto de reforma da casa que ficara a cargo de uma arquiteta namorada do rapaz que havia vendido à moto. Coincidência ou destino, o fato é que os dois não imaginavam que seriam os primeiros a se beneficiar dos inúmeros investimentos e empregos que se seguiriam.A família Napirei voltou para Ilhabela só um ano depois, para passar o réveillon de 2000. Ficou um mês na nova casa e retornou à Europa. No ano seguinte, ficaram três meses, e no próximo ano prolongaram as férias brasileiras por cinco meses. O estilo de gestão descentralizado e as ferramentas de tecnologia permitiam que Wolfgang trabalhasse remotamente e ele aproveitava. Da praia do Curral, com o pé na areia, decidia e controlava os negócios na Europa.A essa altura, a família tinha aumentado e a chamada casa de verão vivia cheia. Gente da praia que ia para conversar, crianças que iam para brincar, pessoas da ilha que iam para assistir TV, ou vídeos da Disney ainda inéditos naquela época, no Brasil...A integração com a comunidade de pescadores caiçaras era total. Ouvindo as pessoas, conhecendo seus problemas, vivendo na ilha, Wolfgang ia a cada dia se interessando e se envolvendo mais com a ilha e os moradores.A essa altura, ficava cada vez mais doloroso voltar para Palma de Mallorca. Ainda mais difícil era assistir a alfabetização dos filhos numa língua que não era a do pai, alemão, nem da mãe, brasileira. Hora de decidir: criar os filhos numa pátria que não é a deles, mudar-se para a Alemanha ou educar os filhos no Brasil, mais precisamente em Ilhabela, que o havia recebido tão bem. Não foi uma decisão difícil. Tampouco uma decisão de que tenha se arrependido. A família Napirei aportou definitivamente em Ilhabela no ano 2003 e, desde então, viaja todos os anos para a Europa. A cada visita, a família e os amigos perguntam se a escolha foi acertada. A resposta é sempre a mesma e sem titubear. “Sim, fizemos a escolha certa. Amamos o Brasil. Moramos em uma ilha e ao mesmo tempo estamos muito perto de São Paulo e Rio de Janeiro. Aqui é perfeito!”.Cidadão Ilhabelense: um orgulho, uma alegria, uma troca.No dia 03 de setembro de 2008, Wolfgang Napirei recebeu o título de Cidadão Ilhabelense. Ele ficou feliz e orgulhoso. Pouquíssimas pessoas por ano são honradas com esse título e ele é uma delas. Na mesma cerimônia, Wolfgang recebe pelo segundo ano, o Diploma de Reconhecimento à Representatividade Econômica no Desenvolvimento do Município da Estância Balneária de Ilhabela. É bastante para um estrangeiro que dez anos atrás sequer conhecia Ilhabela. É justo para alguém que tem tratado a ilha com carinho e respeito, preservando e lutando pela preservação de seus recursos naturais, dando empregos a mais de 180 ilhabelenses, ajudando outros tantos a se capacitarem profissionalmente, contribui expressivamente com projetos sociais que beneficiam crianças e jovens, difundindo o nome de Ilhabela internacionalmente e incluindo a ilha nos destinos turísticos mais luxuosos do mundo. É pouco para alguém que sempre acredita que se pode fazer mais e melhor.Agora, por exemplo, Wolfgang poderia apenas administrar o DPNY Beach Hotel. Inaugurado em dezembro de 2005, o hotel é um sucesso de público.DPNY recebe da Câmara de Vereadores de Ilhabela, Moção de Louvor. Em 2007Vive lotado, mesmo na baixa temporada, e é referência na imprensa internacional sempre que o assunto envolve hotéis de luxo no Brasil.Em vez disso, Wolfgang decidiu ampliar o DPNY Beach Hotel em 2008 que oferece agora 84 quartos com a sofisticação e a preocupação com o meio ambiente que são suas marcas registradas. A concepção do novo projeto aconteceu como quase tudo na vida de Wolfgang: com croquis feitos a lápis e que trazem para o papel uma pouco de suas histórias, de sua vida, de suas experiências e viagens pelo mundo e de seu faro para o que é moderno.Parte disso e de seu ímpeto para se antecipar às tendências já podem ser vistos pela obra de ampliação do DPNY.Numa combinação inacreditavelmente harmônica, convivem bromélias nativas com panos de vidro e peças de aço. Modernos sistemas de tratamento de água com emocionantes painéis de mosaico feitos pela comunidade local. Pinturas eletrostáticas com madeiras certificadas. O tom de modernidade está por todos os lados. A natureza também. Um novo padrão de hotelaria de luxo está prestes a nascer.Antenados com este empreendimento, recebemos os famosos.Uma coisa não vai mudar: a determinação de Wolfgang em estimular e aproveitar a mão de obra local. Essa é sua filosofia. Ao invés de importar profissionais de outros locais, Wolfgang dá preferência aos moradores de Ilhabela e investe na capacitação profissional.Investimentos em educação. Aula número 1 para operar um negócio de longo termo.No começo eram 90 funcionários. Hoje o hotel emprega mais de 180, sendo que a maior parte nasceu na ilha ou pelo menos já vivia na comunidade antes da contratação. Os colaboradores já passaram por cursos profissionalizantes, como governança e técnica de reservas, realizados no SENAC São Paulo, e de inglês para hotelaria (ministrado no próprio hotel).Muitos são contratados sem experiência e o hotel se responsabiliza pela formação e qualificação destes, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento também da cidade e de outros estabelecimentos comerciais, uma vez que estes profissionais trocam também de emprego, levando consigo toda experiência e qualificação proporcionada pelo Hotel.Outros treinamentos são formatados de acordo com a necessidade do DPNY Beach Hotel. Quatro colaboradores graduaram-se em hotelaria em 2009 e três estudam Administração de Empresas. Todos financiados pelo hotel.Investimento na comunidade. Possível solução para a construção de uma comunidade consciente.Wolfgang encabeça também uma série de projetos sociais na ilha. A Oficina de Mosaico foi a primeira ação social desenvolvida pelo hotel e começou antes mesmo da inauguração. Durante a construção, 80 pessoas foram contratadas e, enquanto faziam cursos de capacitação para trabalhar no hotel, faziam os mosaicos. A experiência foi tão bem-sucedida que a Oficina de Mosaicos continua em operação. Ao todo, serão mais de 100 mil peças únicas e diferentes.É sua preocupação também e todo o empreendimento está regularizado junto aos órgãos municipais, estaduais e federais, inclusive para o DPNY Beach Club, com licença municipal conforme processo nr. 8.988/08 e RIP.SPU nr. 6509.0100068.40.Outras ações para a melhoria da qualidade de vida em Ilhabela também tem o dedo de Wolfgang, como o fornecimento de kits escolares para alunos carentes, e os 2400 livros “Uma Cartilha Metafísica” doada para as escolas municipais – ação que foi reconhecida por vários organismos nacionais e internacionais, entre eles a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).Fruto da cultura consciente ou característica inerente dos homens de bem, a preocupação com o meio ambiente faz parte da vida de Wolfgang tanto quanto o luxo.Investimentos em infraestrutura. Não é uma opção. Supervisionando a instalação da Usina MizunoAlém de todos os cuidados para preservar a natureza e causar o menor impacto possível na cobertura vegetal nativa, o hotel tem excelência em saneamento, tratando 100% do esgoto e utilizando um processo que gera a chamada água de reuso, aproveitada na limpeza externa e na manutenção do jardim.Devido a sua estrutura sustentável, amante da natureza e trabalho de décadas em prol da preservação ambiental, o hotel foi premiado com o mais alto nível para certificação ambiental do programa Green Ilhabela, o Certificado Nível A, uma iniciativa da Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Turismo de Ilhabela. Nos preocupamos com o meio ambiente e atendemos todos os requisitos estabelecidos em um Protocolo de Boas Práticas Ambientais.Gerando empregos, gerando ideias inovadoras, colaborando com projetos sociais, cuidando do meio ambiente... Assim Wolfgang vai procurando compartilhar com Ilhabela parte dos recursos que a vida tem lhe proporcionado. Sem abrir mão das coisas boas e que lhe dão prazer, como a música e a arte.Sim, a música. Wolfgang é DJ e artista, mas isso é outra história.